Canal de Suez
- Marcelo Urban

- 2 de fev.
- 3 min de leitura

O Canal de Suez é uma das obras de engenharia mais impressionantes e estratégicas do mundo. Localizado no Egito, é uma via navegável artificial que conecta o Mar Mediterrâneo ao Mar Vermelho, permitindo que navios viajem entre a Europa e a Ásia sem a necessidade de contornar o continente africano. Inaugurado em 17 de novembro de 1869, após dez anos de construção, o canal reduziu drasticamente a distância da viagem marítima entre a Europa e a Índia em cerca de 7.000 quilômetros, revolucionando o comércio global.
Importância

O Canal de Suez é uma rota estratégica vital para o comércio global, representando aproximadamente 14% do transporte marítimo mundial de mercadorias. Anualmente, cerca de 20.000 navios atravessam o canal, transportando uma variedade de cargas, incluindo petróleo, gás natural e produtos manufaturados.
Sua localização geográfica faz dele um ponto crucial para a economia global, além de ser uma fonte significativa de receita para o Egito, gerando mais de US$ 5 bilhões por ano.
A administração do canal é responsabilidade do governo egípcio, por meio da Autoridade do Canal de Suez (SCA), criada em 26 de julho de 1956. A SCA gerencia as operações, manutenção e expansões do canal, garantindo sua eficiência e segurança.
Fatos Históricos
Dada a importância, sua história é marcada por eventos que abalaram não apenas o Egito, mas também a geopolítica internacional:
Nacionalização (1956): O presidente egípcio Gamal Abdel Nasser nacionalizou o canal, que antes era controlado por interesses britânicos e franceses. Isso levou à Crise de Suez, um conflito que envolveu o Egito, Israel, Reino Unido e França. A crise foi resolvida com a intervenção da ONU e dos Estados Unidos, consolidando o controle egípcio sobre o canal.
Guerra dos Seis Dias (1967): Durante o conflito, o canal foi fechado e permaneceu inoperante até 1975. Navios ficaram retidos no canal, e a rota alternativa ao redor do Cabo da Boa Esperança, na África do Sul, voltou a ser utilizada.
Expansão recente (2015): em 2015, o Egito concluiu um projeto de expansão para aumentar a capacidade do canal, permitindo a passagem de navios maiores e reduzindo o tempo de espera.
Ever Given (2021): Em março de 2021, o navio porta-contêineres Ever Given, após ter sido atingido por uma rajada de vento, encalhou no canal, bloqueando a passagem por seis dias, causando interrupções significativas no comércio global.
Rebeldes Houthis (2024): Em 2024, o Canal de Suez enfrentou interrupções significativas devido a ataques de rebeldes Houthis do Iêmen, que realizaram cerca de 250 ataques a embarcações para pressionar Israel por sua operação militar em Gaza. Esses eventos reduziram drasticamente o tráfego de navios, resultando em perdas estimadas de US$ 7 bilhões para o Egito. Em resposta, o governo egípcio planeja novas expansões do canal para aumentar sua capacidade e recuperar a receita perdida.
Outros Canais e Rotas Marítimas
Canal do Panamá: Enquanto o Canal de Suez conecta o Mar Mediterrâneo ao Mar Vermelho, facilitando o comércio entre Europa e Ásia, o Canal do Panamá liga o Oceano Atlântico ao Oceano Pacífico, servindo principalmente ao comércio entre as costas leste e oeste das Américas, além de rotas entre a Ásia e a costa leste dos Estados Unidos. Ambos os canais são fundamentais para o comércio global, mas atendem a diferentes rotas comerciais.
Rota pelo Cabo da Boa Esperança: Antes da abertura do Canal de Suez, navios tinham que contornar o Cabo da Boa Esperança, na África do Sul, para viajar entre a Europa e a Ásia. Embora essa rota ainda seja utilizada, especialmente por navios que excedem as dimensões permitidas pelo canal ou em situações de congestionamento, ela é significativamente mais longa e custosa.

Em resumo, o Canal de Suez é como uma artéria vital para o comércio internacional, pois sua existência e eficiência são cruciais para a economia global. Qualquer interrupção no tráfego pode causar atrasos no abastecimento de produtos e aumentar os custos de transporte, afetando cadeias de suprimentos em todo o mundo.
Fontes:




Comentários